Como as empresas de tecnologia, eletrônicos e carros elétricos mais valiosas do mundo podem ter comprado ouro extraído ilegalmente das Terras Indígenas da Amazônia Brasileira
Você pode se achar um sujeito na moda com o iPhone da Apple no bolso e dirigindo o seu carro elétrico Tesla, dois símbolos de status. É possível que este celular e veículo sejam seus sonhos de consumo. Mas, saiba que, ao comprar esses produtos, você pode estar contribuindo com empresas que usam ouro extraído ilegalmente de terras indígenas brasileiras.
Pensou em trocar de marca? Não adianta. Assim como Apple e Tesla, outras gigantes como Samsung, Microsoft, Intel, Sony, Volkswagen, Ford e General Motors também têm na sua cadeia de fornecedores o ouro manchado com o sangue indígena brasileiro.
Parte desta teia de conexões é apresentada neste dossiê, a quinta edição da série Complicidade na Destruição, produzida em parceria pela Associação dos Povos Indígenas do Brasil e Amazon Watch.
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BaixarOs povos indígenas tem um papel essencial na preservação da floresta Amazônica e de outros ecossistemas críticos para o equilíbrio climático. Esse papel crucial é frequentemente ameaçado pela atuação de grandes empresas, cujas atividades podem ter enormes impactos no meio ambiente e na vida dos povos tradicionais. Estas empresas são favorecidas por governos, mas também por grandes corporações internacionais, que ao invés de defender a Amazônia e as comunidades que a protegem, são, na maioria das vezes, cúmplices na sua destruição.
Para romper o ciclo de cumplicidade e responsabilizar os atores corporativos e financeiros por trás desta devastação, em 2018, a organização não governamental com sede nos Estados Unidos, Amazon Watch, criou o projeto Cumplicidade na Destruição (CID). O primeiro relatório, lançado no mesmo ano, foi acompanhado de campanhas de comunicação e de ações de incidência voltadas especialmente para o público internacional, nos países onde a maior parte dessas corporações tem sede.
A partir de 2019, o projeto foi ampliado pela parceria com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que abraçou a iniciativa e hoje é co-autora da série de relatórios Cumplicidade na Destruição, e líder nas campanhas de comunicação e de incidência junto a empresas e financiadores internacionais, ao lado da Amazon Watch.
Os relatórios reunidos nesta plataforma divulgam dados que demonstram os vínculos financeiros entre as corporações internacionais e as empresas em diversos setores, como o agronegócio, as indústrias extrativas e os grandes projetos de infraestrutura, que estão contribuindo para a destruição da Amazônia e a violação dos direitos humanos.