19 requerimentos ativos no sistema da Agência Nacional de Mineração com sobreposições em 3 Terras Indígenas, ameaçando principalmente os Mura.
Mineradoras podem violar direitos indígenas muito antes de suas
atividades entrarem em operação, e o caso da Potássio do Brasil
é exemplar nesse sentido. O seu Projeto Potássio Autazes, previsto
para ser instalado no município de Autazes, a 110 km de Manaus (AM),
prevê extrair 770 milhões de toneladas de potássio, um minério essencial
na produção de fertilizantes.
Pressão e acirramento de conflitos estão entre os impactos gerados
pelo processo tocado à revelia dos povos e comunidades locais.
A empresa não respeitou o direito de consulta às comunidades indígenas,
principalmente o povo Mura. Uma vez iniciadas,
as atividades da Potássio afetariam áreas das TIs Jauary e Paracuhuba,
com riscos enormes a essa região, em especial, o de
contaminação de fontes de água essenciais para a vida das comunidades.
Em 2021, sem o conhecimento das autoridades brasileiras, e antes de
finalizado o processo legal para sua instalação, a Potássio do Brasil
firmou um acordo com a construtora chinesa CITIC para erguer um
verdadeiro complexo mineral em Autazes. O contrato de mais de um bilhão
de dólares foi assinado no fim de 2020 sem qualquer consulta às partes
envolvidas. Com esse contrato, a empresa está descumprindo decisão
judicial que suspendeu o licenciamento ambiental até que a consulta ao
povo Mura fosse concluída, e que impedia que a empresa desse qualquer
passo
“sem prévia autorização judicial”.
Com 19 requerimentos minerários ativos na ANM com sobreposição em Terras
Indígenas, a Potássio do Brasil teve seus relatórios de pesquisa não
aprovados em 12 dos processos. O povo mais impactado pelos pedidos são
os Mura, da Terra Indígena Jauary.