35 requerimentos ativos no sistema da Agência Nacional de Mineração com sobreposições em 2 Terras Indígenas, ameaçando os povos Kayapó e Waimiri Atroari
A Mineração Taboca, a maior produtora de estanho refinado do Brasil,
atua no estado do Amazonas desde a década de 80. Em 2008, a mineradora
se tornou parte do portfólio de empresas do grupo peruano Minsur,
assim como a Mamoré Mineração e Metalurgia. A Minsur é uma das principais
produtoras de estanho do mundo.
A Taboca é proprietária da Mina de Pitinga, cuja operação afeta o povo
Waimiri Atroari. Durante a ditadura militar brasileira, os Waimiri
Atroari foram quase totalmente dizimados, reduzidos de 3 mil a pouco
mais de 300 pessoas, num crime impune até hoje.
Recentemente,
um vazamento de rejeitos de estruturas da Taboca, atingiu
rios dentro da Terra Indígena Waimiri Atroari que são essenciais para
a vida da população. A contaminação foi identificada pelos indígenas e
confirmada pelas autoridades que estiveram no local. O relatório
detalhado das visitas a campo mostra que a contaminação já alterou
a qualidade da água dos rios Tiaraju e Alalaú, de onde os indígenas
pescam e retiram a água para consumo, higiene e preparo dos alimentos
– 22 aldeias foram afetadas. O caso está sob investigação pelo
Ministério Público Federal e o Instituto Ambiental do Amazonas.
Apesar de negar seu interesse em explorar minérios em Terras Indígenas,
a Taboca ainda possui um requerimento de pesquisa com sobreposição ao
território Kayapó. A Mamoré Mineração e Metalurgia por sua vez conta
com 34 requerimentos de pesquisa ativos na ANM, com sobreposição às
terras dos Waimiri Atroari. Isso demonstra que os interesses do grupo
Minsur na região são maiores do que a Taboca assume publicamente.