Considerando o valor total dos empréstimos,
subscrições, investimentos em ações e em
títulos, as mineradoras destacadas neste
relatório receberam USD 54,1 bilhões em
financiamento do Brasil e exterior. No ranking
geral, as corporações sediadas nos Estados
Unidos seguem sendo algumas das principais
financiadoras cúmplices na destruição. Juntas,
as gestoras Capital Group, a BlackRock e a
Vanguard investiram USD 14.8 bilhões nas
empresas citadas por seus interesses em
Terras Indígenas e pelo histórico de violações
de direitos.
O Capital Group, empresa de serviços financeiros
dos Estados Unidos, conta com USD 7 bilhões
em ações nessas empresas. A BlackRock, maior
gestora de investimentos do mundo, possui quase
USD 6.2 bilhões em ações nessas empresas, e a
Vanguard, cerca de USD 1.6 bilhões.
Importante também ressaltar a participação de
instituições financeiras brasileiras na lista dos cinco
maiores financiadores. O fundo de pensão brasileiro
PREVI (Caixa de Previdência dos Funcionários do
Banco do Brasil) é o responsável pelos mais altos
investimentos nestas mineradoras, com mais de
USD 7.4 bilhões, seguido pelo banco Bradesco, com
quase USD 4,4 bilhões. Veja a lista com investidores
mais frequentes no Anexo I (páginas 82 e 83).
Em milhões de dólares (jan.2016 a out.2021)
Fonte: Profundo Research and Advice. Complicity in Destruction IV - Financial Links. Nov. 2021.
Nos últimos 5 anos, entre janeiro de 2016 e outubro de 2021, as mineradoras analisadas por este relatório receberam USD 12,2 bilhões em empréstimos e subscrições direcionados exclusivamente para as suas atividades no Brasil. A grande maioria foram na forma de empréstimos, que somaram 77% do total, com 9,4 bilhões de dólares, destacando-se o ano de 2019, antes da pandemia, com 4,3 bilhões de dólares.
Em milhões de dólares (jan.2016 a out.2021)
Fonte: Profundo Research and Advice. Complicity in Destruction IV - Financial Links. Nov. 2021.
No período analisado, o banco francês Crédit Agricole foi o maior credor dessas mineradoras, com 698 milhões de dólares em empréstimos e subscrições, seguido de perto pelo Bank of America, dos Estados Unidos, com 670 milhões de dólares. Em terceiro, outro banco europeu, o alemão Commerzbank, com 668 milhões de dólares, seguido pelo conglomerado Citigroup, também dos Estados Unidos, com 651 milhões, e pelo SMBC Group, do Japão, com 525 milhões de dólares.
Em milhões de dólares (out.2016 a out.2021)
Fonte: Profundo Research and Advice. Complicity in Destruction IV - Financial Links. Nov. 2021.
A Vale foi a mineradora que atraiu os maiores valores em empréstimos e subscrições, com US$ 4,1 bilhões, seguida pela Anglo American (US$ 3,94 bilhões), Glencore (US$ 2,2 bilhões), Rio Tinto (US$ 1,1 bilhão), Anglo Gold Ashanti (US$ 465 milhões) e Minsur (US$ 289 milhões). Os valores identificados para Belo Sun (US$ 57 milhões) e Potássio do Brasil (US$ 2 milhões) foram menores
Até outubro de 2021, instituições financeiras
do Brasil e exterior haviam investido um valor
de USD 41,9 bilhões em ações e títulos das
empresas selecionadas, atribuíveis às suas
atividades no Brasil. Quase a totalidade delas,
98%, em ações, e somente 2% em títulos.
O principal investidor em ações e títulos das
empresas selecionadas é o fundo de pensão
brasileiro Previ - Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, com USD 7.4 bilhões de dólares, seguido pela gestora de recursos americana Capital Group, com valor de investimento atribuível às atividades no Brasil de USD 7,05 bilhões. Em seguida, vem a grande gestora de recursos americana BlackRock, com quase USD 6,2 bilhões de dólares.
Ações e títulos. Em milhôes de dólares (out.2021)
Fonte: Profundo Research and Advice. Complicity in Destruction IV - Financial Links. Nov. 2021.
Em milhões de dólares (out.2021)
Fonte: Profundo Research and Advice. Complicity in Destruction IV - Financial Links. Nov. 2021.
Novamente, a Vale atraiu o maior montante de
investimentos identificados em ações e títulos
relacionados às suas atividades no Brasil, com
US$ 31,7 bilhões de dólares, seguida pela Anglo
American (US$ 5,3 bilhões), Rio Tinto (US$ 3,5
bilhões), Anglo Gold Ashanti (US$ 588 milhões) e
Glencore (US$ 581 milhões). Valores menores foram
identificados para Minsur (US$ 98 milhões) e
Belo Sun (US$ 87 milhões), enquanto nenhum valor
foi identificado para a Potássio do Brasil.
Importante ressaltar que a Vale concluiu em 2020
uma reestruturação corporativa - iniciada em 2017
- que permitiu à empresa comercializar um número
muito maior de ações no mercado, atraindo um
grande volume de investimento estrangeiro. Hoje,
aproximadamente 60% do capital da Vale já é de
controle estrangeiro.